sexta-feira, novembro 30, 2007
In pactum veritas
# Abre um pouco mais as pernas. Para a direita? Para a esquerda? # Não, seu tonto. É só dar uma esfregadinha. # Não esfola não? # Você é libanês por acaso? Dá uma entradinha de leve. # Tá indo? # Escorregou demais. # O que você quer que eu faça? Não deu certo. # Ok, vamos parar de jogar Wii por dois minutos. # É o impacto. # Amador.
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domingo, novembro 04, 2007
O guarda-chuva
Ela vinha apressada pela rua, pois a região enchia. Um único pingo caía na protuberância de seu nariz. O guarda-chuva preto estava furado. Talvez mal costurado ou a chuva fosse forte mesmo. Era um dia quente e ela estava com as maçãs do rosto avermelhadas. Na rua, as pessoas sumiam desesperadas por um abrigo acolhedor. Ao longe um rato branco jazia, boiando, afogado. A água escorria veloz como uma lebre em busca de erva. Janine estava com os joelhos doendo de tanto apressar o passo. Olhou para trás, se enganou por um momento.
É clássico ter pensamentos de terror quando uma sombra ziguezagueia perto de um humano.
A alça do sutiã machucava o ombro e com a água sujando as canelas, ela parou em um canto. A saia já estava ensopada. Um único pingo caía na protuberância de seu nariz. O fenômeno meteorológico formou-se mais forte nas nuvens. O objeto preto voou de sua mão e na outra uma alça de sutiã ficou. Janine quis parar o ciclo hidrológico. Algumas pessoas dizem que até viram a menina esticar a palma da mão como forma de protesto. A chuva evaporou enquanto estava ainda a cair. O guarda-chuva aquietou-se. Quando ela segurou no cabo, um raio a queimou.
É clássico ter pensamentos de terror quando uma sombra ziguezagueia perto de um humano.
A alça do sutiã ainda está grudada no rato branco que jaz. Os joelhos de Janine flutuam enquanto a rua inunda.
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